“Eu Preciso que Alguém Me Veja”: Vozes Silenciadas e a Urgência de Proteger Crianças e Adolescentes(NEPRE)

“Não é fácil contar. Às vezes a dor é tão grande que parece que nem tem mais palavras. Só silêncio.”

(Depoimento fictício inspirado em relatos reais de adolescentes acolhidas pelo sistema de proteção)

“Ela mudou. Eu percebi. Mas tive medo de perguntar.”

Maria Clara, 11 anos, sempre sorria na aula de artes. Um dia, parou de participar. Nos recreios, não queria mais brincar. Sentava sozinha, com os olhos perdidos.

A professora viu. O coordenador viu. Mas ninguém falou. Até que um dia, ela não voltou mais à escola.

Semanas depois, chegou ao Conselho Tutelar. Tinha sido abusada pelo tio. Durante meses.

“Eu só queria que alguém tivesse me perguntado. Alguém que me olhasse de verdade.”

(Depoimento imaginado, construído com base em casos reais acompanhados por serviços de acolhimento)

“Não foi culpa minha, mas eu demorei para acreditar nisso.”

É difícil ouvir uma criança dizer que se sente suja. Que acha que mereceu o que aconteceu. Que tem medo de contar porque acha que ninguém vai acreditar.

Muitas vítimas carregam a culpa que não é delas. O agressor geralmente é alguém conhecido, da família ou da confiança da criança. Ele manipula, ameaça, oferece presentes, ou diz que é “amor”. E a vítima, sem entender, se cala.

“Eu só entendi que aquilo era errado quando vi um cartaz na escola dizendo que ninguém pode tocar no nosso corpo sem permissão. Era tarde, mas ali começou minha coragem.”

(Relato simbólico, inspirado em escutas de vítimas acolhidas por psicólogos)

“Por que ninguém ensina a criança a se proteger?”

Proteção começa com educação.

Mas muitos adultos ainda acreditam que falar sobre sexualidade, limites e consentimento “não é assunto de criança”.

Enquanto isso, agressores falam. Tocam. Aproximam-se.

As crianças precisam aprender que:

          •         Elas têm direito ao próprio corpo.

          •         Qualquer desconforto deve ser contado a um adulto de confiança.

          •         Não existe “segredo” que machuca.

          •         Ninguém, nem adulto, nem parente, tem o direito de invadir seus limites.

“Se tivessem me dito antes, talvez eu tivesse conseguido dizer não.”

(Fragmento construído com base em depoimentos de vítimas que só conseguiram relatar os abusos na fase adulta)

“A escola pode ser o lugar onde tudo muda.”

Uma escuta. Um olhar sensível. Uma conversa com carinho.

A escola pode ser o lugar onde o ciclo de violência é interrompido.

O professor pode ser o primeiro adulto a notar que algo está errado.

“Foi meu professor de português quem percebeu. Ele disse que eu andava triste, distraída, e perguntou se eu queria conversar. Pela primeira vez, alguém me olhou de verdade.”

(Depoimento inspirado em alunos atendidos pelo Sistema de Garantia de Direitos)

Por isso, o papel da escola é tão importante:

          •         Acolher sem julgar

          •         Observar mudanças de comportamento

          •         Trabalhar o tema em sala de aula com cuidado

          •         Incentivar o respeito e o afeto entre os colegas

          •         Saber para onde encaminhar quando há suspeitas

“A dor não acaba, mas falar ajuda.”

A violência sexual deixa marcas profundas — físicas, emocionais e sociais. Muitas vítimas enfrentam ansiedade, depressão, culpa, medo, dificuldade para confiar e desenvolver relacionamentos.

Mas existe esperança. Existe superação. Existe recomeço.

“Fiquei anos sem conseguir dormir. Quando comecei a fazer terapia, entendi que eu não era culpada. Hoje, quero ajudar outras meninas a se libertarem desse silêncio.”

(Fala simbólica representando sobreviventes da violência)

O cuidado psicológico e o apoio da rede de proteção fazem toda a diferença na vida de quem sobrevive.

“Eu ouvi. Eu acreditei. E denunciei.”

Nem todo mundo tem coragem de se calar.

Algumas pessoas veem, escutam e agem. E mudam destinos.

“Trabalho como servente na escola. Um dia, ouvi um aluno chorando no banheiro. Quando fui ver, ele disse que não queria ir embora para casa. Contei para a coordenação. Hoje, ele está protegido.”

(Depoimento inspirado em experiências reais do ambiente escolar)

A denúncia pode ser feita de forma anônima pelo Disque 100. Também pode ser feita ao Conselho Tutelar, Polícia Civil ou CREAS.

Proteger é dever de todos. Denunciar é um ato de amor e responsabilidade.

“O NEPRE pode transformar a escola em um espaço de proteção.”

Os alunos e alunas do NEPRE (Núcleo de Estudos e Práticas em Relações Étnico-Raciais e Direitos Humanos) têm o poder de multiplicar consciência.

Trabalhar o Maio Laranja dentro do NEPRE pode gerar grandes mudanças:

          •         Criar cartazes com frases de impacto e empatia

          •         Promover rodas de conversa e escutas ativas

          •         Fazer pesquisa sobre os sinais de abuso e os canais de denúncia

          •         Apresentar o tema em feiras de conhecimento e exposições

          •         Produzir vídeos curtos para conscientização

“A gente achava que esse assunto era só da polícia. Agora a gente entende que é da escola também. Que somos parte disso.”

(Reflexão coletiva proposta para os alunos do NEPRE)

“Se eu tivesse sido escutada lá atrás, minha história teria sido outra.”

Quantas crianças ainda hoje estão em silêncio?

Quantas passam por nós todos os dias, esperando que alguém perceba, pergunte, ou abrace?

“A gente não quer ser herói. Só quer alguém que nos veja.”

(Depoimento simbólico que pode ser usado em cartazes e atividades escolares)

 Quem protege, transforma vidas

Este conteúdo não é só uma denúncia. É um convite à ação consciente.

Não dá mais para fingir que não vemos. O silêncio também é violência.

Proteger crianças e adolescentes é uma responsabilidade coletiva.

Que tal começarmos hoje?

NEPRE significa Núcleo de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola. É um núcleo que atua na prevenção e no tratamento de diferentes tipos de violência que ocorrem no ambiente escolar. O NEPRE é responsável por acolher estudantes e profissionais da educação em situações de violência, além de promover a prevenção e o combate a esses problemas. 

Frases que podem virar cartazes e ações nas escolas:

          •         “Quem escuta, salva.”

          •         “O corpo é meu. Ninguém toca sem minha permissão.”

          •         “Segredos que machucam precisam ser contados.”

          •         “Se algo está errado, não é sua culpa.”

          •         “Eu vejo você. Você não está sozinha(o).”

          •         “O silêncio protege o agressor. A fala protege a criança.”

          •         “Todo adulto deve ser um porto seguro.”

          •         “A escola é lugar de acolher, ouvir e proteger.”

E se fosse agora? E se fosse perto?

Nem sempre é fácil identificar. Às vezes, o silêncio mora bem ao lado. Está no vizinho que parou de brincar, na menina que evita olhares, no aluno que sorri menos a cada dia. É por isso que não podemos esperar um grito por socorro. Precisamos agir no sussurro, na ausência, no sinal.

Toda criança merece crescer sentindo-se segura, amada e respeitada. Mas essa segurança não nasce do acaso — ela é construída. Em cada conversa, em cada escuta, em cada espaço que ensinamos sobre respeito e cuidado.

Proteger não é apenas um ato institucional — é um compromisso humano. Significa não desviar o olhar, mesmo quando o assunto parece pesado. Significa perguntar, mesmo quando a resposta pode doer. Significa denunciar, mesmo quando parece que não é “problema nosso”.

A escola é território de transformação. Mas ela só se transforma quando cada pessoa ali dentro entende seu papel. Professores, diretores, funcionários, alunos, famílias. Todos podemos ser canais de proteção.

Que o Maio Laranja não seja apenas um mês, mas um movimento permanente. Um chamado à escuta ativa, à empatia, à ação responsável. Um lembrete de que o silêncio de uma criança jamais deve ser maior do que nosso compromisso com ela.

Afinal, quem escuta com o coração é capaz de transformar destinos.

E você? Já parou para realmente ver quem está à sua volta?

Hoje, mais do que nunca, é hora de escutar, acolher e proteger. Porque quando alguém é visto de verdade, a esperança começa a florescer.

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